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"Festival será histórico e de resistência" - Marcos Santuario (Entrevista)

Curador do Festival de Cinema de Gramado fala sobre o trabalho de seleção dos filmes e o que podemos esperar para o evento em 2020



Igor Mallmann

 

Adequado à realidade atual, mas com respeito à sua história: assim Marcos Santuario define o 48º Festival de Cinema de Gramado, que ocorre de 18 a 26 de setembro. O jornalista, crítico de cinema e professor é curador do Festival de Gramado desde 2012. Neste ano, ele tem a seu lado dois novos parceiros de curadoria: Pedro Bial e a atriz e cantora argentina Soledad Villamil. Em entrevista exclusiva ao portal Serra Cult, Santuario fala sobre o trabalho com esses novos nomes e analisa o que veremos nessa edição do Festival, que será virtual, com transmissão pelo Canal Brasil.


O ingresso dos novos curadores se deu em função do falecimento, em 2019, de Rubens Ewald Filho e Eva Piwowarski, que faziam parte da curadoria anteriormente. Sobre Bial e Soledad, Santuario afirma que ambos vieram agregando muito conhecimento e sensibilidade ao Festival de Gramado.


Um dos pontos destacados na entrevista foi a representatividade que se manifesta nos filmes selecionados. Para citar um exemplo, cada um dos sete longas-metragens estrangeiros participantes vem de um país diferente. "Nossa preocupação foi de trazer filmes que representem a diversidade da produção cinematográfica disponível no momento", afirma Santuario.


Respeito à história do Festival

Marcos Santuario está na curadoria do Festival de Gramado desde 2012 / FOTO: Edison Vara/Agência Pressphoto

Para Marcos Santuario, o Festival de Cinema de Gramado é vitrine e mercado para as produções audiovisuais. Sendo assim, era necessário manter sua realização, ainda que em um formato adequado ao momento de pandemia. "Vai ser lembrado como um Festival histórico e de resistência, assim como nos anos 90 marcou a retomada da produção cinematográfica", analisa Santuario. Ele lembra justamente desse período dos anos 90, de dificuldades econômicas e redução na produção audiovisual brasileira, quando o Festival se tornou internacional.


"Trabalhamos mais do que o normal para que o festival aconteça da melhor forma possível", argumenta o curador. Segundo ele, a realização dessa edição dependeu muito de um diálogo intenso com os produtores, realizadores e diretores.


500 filmes assistidos

Pedro Bial ingressou no time de curadores do Festival de Cinema. FOTO: Cleiton Thiele/Agência Pressphoto

A curadoria para esta 48ª edição também teve um processo diferente do que geralmente ocorria. "Ao invés de pegarmos avião para nos encontrar pessoalmente, fizemos essas reuniões virtuais. Buscando sempre ver o lado positivo das situações, podemos dizer que isso proporcionou até mais tempo de debates e conversas do que se fosse no formato presencial", pondera Santuario.


E a maratona dos três curadores foi longa. Santuario conta que ele assistiu cerca de 500 filmes para essa edição. Nessa conta entram os cerca de 300 filmes que se inscreveram para essa edição, além de produções que o curador assistiu em outros festivais ou que lhe foram enviadas.

"Tenho orgulho de dizer que não passo um dia da minha vida sem assistir ao menos um filme. E isso é o mínimo. Geralmente vejo mais de um", conta Marcos Santuario.

Mesmo com uma quantidade grande de filmes a analisar, Santuario crê que os curadores têm tido mais acertos do que erros nesse processo. Ele cita, por exemplo, Kleber Mendonça Filho, que construiu sua reputação como diretor a partir do Festival de Gramado, apresentando filmes como O Som Ao Redor.


Hoje curadora, Soledad Villamil foi homenageada com Kikito de Cristal em 2017 / FOTO: Diego Vara/Pressphoto

Temática do isolamento social


Como os longas-metragens que participam do Festival tiveram sua produção anterior à pandemia, ainda não retratarão essa temática.“Isso também vai ser interessante. Nem os maiores ficcionistas da atualidade previram o que estava por vir”, afirma o curador. Mas, segundo Santuario, nos curtas-metragens essa nova realidade que o mundo está vivenciando deve aparecer já nessa edição.


"Como os curtas têm uma maior rapidez na produção, isso é possível. É também nos curtas que normalmente aparecem as maiores ousadias. São filmes menores do ponto de vista do orçamento, mas geram elementos criativos que depois acabam chegando nos longas-metragens", conclui Marcos Santuario.


Cobertura completa


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