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São Chico resgata história de cinema dos anos 50 e 60

Projeto Memórias de São Francisco de Paula lança, neste dia 8, documentário sobre o antigo Cinema Serrano do distrito de Cazuza Ferreira


Igor Mallmann

 

O município gaúcho de São Francisco de Paula não é grande apenas em extensão territorial. É rico também em história e patrimônios que proporcionam vislumbres do passado. O projeto Memórias de São Francisco de Paula surgiu justamente para resgatar e valorizar essas histórias. E neste sábado, dia 8 de agosto, vai ao ar o documentário que mostra como foi a primeira etapa do projeto, realizada no distrito de Cazuza Ferreira.


Ocorrida no dia 14 de março, a primeira roda de conversa – a qual será retratada no documentário de 12 minutos – abriu espaço para a memória do Cinema Serrano, que funcionou na localidade de Cazuza Ferreira entre os anos de 1958 e 1968.


A história remonta ao ano de 1949, quando Antonio Machado Basso compra, com o sogro Dorvalino Grillo, uma pequena pensão. Lá, a partir da atitude visionária de Antônio, surge um hotel com acomodação para 60 pessoas. “Essa foi a época áurea da exploração madeireira da araucária e havia muitas serrarias ali no entorno. O hotel acabou se tornando o ponto de encontro das pessoas, dos madeireiros, que por ali passavam”, conta Lúcia Pires, coordenadora da Cultura de São Francisco de Paula e proponente do projeto.


O hotel cresce com a prosperidade local propiciada pela exploração madeireira e em 1958 é inaugurado também em suas dependências o Cinema Serrano, que funcionaria por dez anos. Filmes de comédia e bang-bang eram os de maior destaque. Infelizmente, com o passar dos anos, o apogeu das serrarias ficou no passado. “Hoje, com as leis ambientais e o fim do corte da araucária, o lugar ficou praticamente esquecido. Cerca de 2 mil pessoas moram na localidade. Ficou o legado do cinema: ainda existem as máquinas, os cartazes, rolos de filme e ingressos antigos”, explica Lúcia. Cazuza Ferreira se localiza a 122 quilômetros da sede do município de São Francisco de Paula.


Todo esse passado de glória do Cinema Serrado e do distrito de Cazuza Ferreira foi tema da roda de conversa ocorrida em março. Este evento teve a presença da comunidade, incluindo personagens históricos. E no documentário que vai ao ar no dia 8 essas memórias estarão disponíveis a todos. “O público vai conhecer as filhas do Seu Antonio, que construiu o hotel, saber como eram as sessões, quais eram os filmes que passavam e muito mais”, adianta a coordenadora de Cultura Lúcia Pires.


O documentário da primeira etapa do projeto Memórias de São Francisco de Paula será transmitido ao vivo às 18h do dia 8 de agosto, sábado, nas páginas do Facebook da Prefeitura de São Francisco de Paula e da Secretaria de Cultura da cidade.

Segunda etapa


Em função da pandemia de covid-19 que se instalou no mundo, a segunda roda de conversa do projeto precisou ser suspensa. Marcado para ocorrer no mês de julho, o encontro apresenta o conjunto patrimonial do Lago São Bernardo e do Hotel Cavalinho Branco. Conforme Lúcia, o público pode esperar ótimas memórias dessa segunda roda. “Têm muitas histórias. O hotel foi pensado para ser cassino e na época que foi construído foi proibido o jogo no Brasil. O Lago também é um espetáculo, uma das paisagens mais belas de toda a região. Não tem como não se encantar com o lugar”, comenta a jornalista, que saiu de Porto Alegre e escolheu São Francisco de Paula para morar há três anos.


Essa segunda etapa, em vista da situação da pandemia, reunirá apenas 4 ou 5 personagens de forma presencial, sendo então transmitida pelas redes sociais. Lúcia afirma que a execução dessa roda de conversa apenas depende da melhora dos protocolos de distanciamento social.

Mistério e lenda urbana


A terceira etapa do projeto também promete ser de muitas histórias interessantes, até mesmo com uma pitada de mistério e lenda urbana. O tema dessa vez será o Colégio Estadual José de Alencar.. Segundo Lúcia Pires, dentre as muitas memórias que perpassam as gerações de estudantes está uma lenda urbana. A história é de uma freira que teria morrido na escola e cujo espírito voltara para assombrar os corredores da instituição. A lenda até rendeu um filme, o qual foi produzido por estudantes de São Francisco de Paula em um concurso da cidade.

Participe


O projeto Memórias de São Francisco de Paula é realizado pela Prefeitura Municipal de São Francisco de Paula, com recursos do Governo do Estado do Rio Grande do Sul por meio do Pró-cultura RS FAC – Fundo de Apoio à Cultura.


Se você tem memórias e registros do Hotel Cavalinho Branco e do Lago São Bernardo, compartilhe sua história com o projeto por meio do formulário bit.ly/memoriasdesaochico.

Você também pode acompanhar o projeto pelo Intagram @memoriasdesaochico.

Confira o podcast com a entrevista completa com Lúcia Pires:






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