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A história de Gramado preservada e ao alcance de todos

Há um ano instalado em local definitivo, Museu Municipal Professor Hugo Daros conta com rico acervo de objetos e documentos



Igor Mallmann

 

O espaço físico da exposição é relativamente pequeno, mas a riqueza cultural e histórica é enorme. Assim podemos definir o Museu Municipal Professor Hugo Daros, que desde 2019 tem seu acervo exposto em sede definitiva, após décadas de mudanças de endereço. A história de Gramado é contada por meio dos mais variados objetos e documentos, os quais estão expostos no prédio que fica ao lado da Câmara de Vereadores.


A história do Museu Municipal de Gramado nos leva de volta ao ano de 1978. Nas comemorações da Semana da Pátria daquele ano, Gramado realizou a chamada Gincana Gaivota, a qual tinha o objetivo de reunir a população por meio de suas tarefas, festejando a pátria e agregando algo à comunidade. E uma das tarefas justamente solicitava que os participantes encontrassem objetos e documentos referentes à história anterior ao ano de 1940.


Acervo está exposto em seu local definitivo desde abril de 2019 / FOTO: Igor Mallmann

As peças recolhidas nessa tarefa foram marcadas e guardadas. Em 1982, a partir desses materiais surge de fato o Museu Municipal, com o acervo junto ao Cine Embaixador. Mas com a posterior reforma do Cine Embaixador, o acervo foi removido do espaço e realocado para a reserva técnica da Secretaria de Educação e Cultura.


Em 1988 o museu é novamente entregue à comunidade, a partir da inauguração do Centro Municipal de Cultura, na Rua São Pedro, na antiga Vinícola Petrônius. Pela Lei Municipal nº 877/88, ele foi recriado oficialmente e pela Lei Municipal nº 878/88, recebeu o nome de Museu Municipal Professor Hugo Daros, em homenagem ao professor, historiador e político que marcou seu nome na história e cultura de Gramado.


Todos os objetos do acervo estão devidamente etiquetados / FOTO: Igor Mallmann

Com a mudança do Centro de Cultura para o antigo Parque Hotel em 2010, o acervo foi armazenado em uma sala. A história começa a mudar em 2016, quando iniciam reformas no prédio – que anteriormente abrigava o Arquivo Público Municipal – para receber o museu. Em 2018 começam os procedimentos de organização da exposição e da reserva técnica. Terminada essa fase, o dia 30 de abril de 2019 entra para a história como a data da efetiva abertura do Museu Municipal Professor Hugo Daros em seu endereço definitivo, localizado na Rua São Pedro, nº 347, Centro.

Acervo vasto

Eventos que marcaram época na cidade estão retratados / FOTO: Igor Mallmann

A qualidade da organização do acervo já se mostra no fato de haver uma seção dedicada à própria memória do museu, sua constituição e mudanças ao longo das décadas. O visitante encontra objetos de época, como utensílios e adereços. Os períodos históricos que marcaram Gramado, como o turismo de veranistas, estão bem retratados. Há cartazes dos eventos mais importantes de Gramado, como a antiga Festa das Hortênsias. Os clubes sociais e agremiações também estão representados com documentos e artigos estampados com suas identidades visuais.

Como o espaço destinado à exposição – no térreo – é limitado, no segundo andar do prédio a sala destinada ao armazenamento da reserva técnica abriga um vasto acervo. Muitas peças são de grande porte, inviáveis de serem colocados na exposição do museu. O museólogo da Prefeitura de Gramado Márcio Dillmann de Carvalho explica que, para o futuro, existem ideias de expor parte dessa reserva em outros espaços, se possível.


“Acho que é um processo inicial. Estamos falando de um museu da década de 80 que foi sendo levado de um lugar a outro, conforme os espaços onde se encontrava eram requisitados para outro fim. Agora o acervo encontra seu espaço em um local central, que atende a comunidade e o turista que busca saber sobre a história da cidade. Acho que agora o trabalho deve ser no sentido de o museu realmente criar raízes na cultura local”, avalia o museólogo e historiador.

Preservação da memória local

Márcio Dillmann de Carvalho, museólogo da prefeitura de Gramado / FOTO: Igor Mallmann

O museólogo Márcio manifesta preocupação em elação à manutenção da memória e da identidade de Gramado e seu povo. Para ele, conforme a cidade passa por mudanças e ondas migratórias, é cada vez mais relevante que se valorize e preserve a história da cidade e seus personagens.


“É importante que o gramadense tome parte nessa cultura e nessa história. Claro que os migrantes, como eu, que vêm e acabam se fixando são essenciais para a cidade. Mas aquele gramadense de raiz, que tem as gerações passadas aqui, não pode deixar as memórias morrerem”, pondera Márcio.

Hugo Daros


A personalidade que dá nome ao Museu Municipal viveu de 1914 a 1985. Hugo Daros exerceu várias funções ao longo de sua trajetória. Foi professor e diretor no Grupo Escolar Santos Dumont de Gramado, cujo nome foi dado por ele. Posteriormente, também atuou na Justiça. Outra atividade profissional que desempenhou foi a de correspondente do jornal Correio do Povo, divulgando o nome de Gramado.


Participou ativamente na legislação e administração da maioria das entidades sociais, recreativas, esportivas e religiosas da comunidade gramadense, organizando, relatando ou alterando e registrando seus estatutos sociais, inclusive de diversas sociedades do interior do município. Integrou as Comissões Emancipacionista e Pró-Melhoramentos de Gramado na qualidade de Secretário-Geral.


Considerado mestre historiador por todos os seus feitos, foi homenageado como Patrono do Museu Municipal no dia 26 de outubro de 1988

Visitação


No momento da publicação dessa reportagem, em agosto de 2020, o museu se encontra fechado à visitação devido à pandemia de Covid-19. Mas voltará a abrir assim que a situação se normalize.



FOTOS: Igor Mallmann

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